sábado, 17 de julho de 2010

Eduardo despediu-se à mesa com adeptos


No princípio eram dois sócios de uma empresa de organização de eventos, adeptos do Braga. António Silva, Pedro Cardoso foram inspirados pela insistência do filhote do primeiro, um menino de nove anos que, como muitos milhares de meninos, desenvolveu uma adoração por Eduardo, o guarda-redes da Selecção, que está de partida para o Génova: por que não fazer-lhe uma festa de despedida? A ideia cresceu, fiel aos rituais dos convívios familiares, em que cada um contribuiu com o que pode: uma junta de freguesia cedeu as instalações; uma pastelaria esmerou-se a preparar um bolo à altura de um homem tão especial, também na doçura com que comove perante tanto carinho; uma voz ofereceu-se para cantar o hino do clube; muitos pequenos gestos juntaram-se à ideia e, ontem à noite, à mesa da Escola EB 2/3 de Gualtar, foram cerca de 200 os bracarenses a brindar ao passado e ao futuro do internacional, que agradeceu emocionado, porque não há defesa possível para gestos tão bondosos, genuínos. Alguém lhe fez notar essa diferença: foi uma homenagem promovida pelos adeptos e não pelo clube que encaixará 4,5 milhões de euros com a transferência de um menino humilde que garantiu ao Braga uma transferência que é recorde nas contas da SAD, mas Eduardo nem deu bola a esse jogo. "As pessoas devem fazer o que entendem, mas, não se deve confundir o clube com algumas pessoas", desvalorizou, consumido por outras emoções, que se misturam, por vezes de forma avassaladora, à medida que se aproxima a hora de partir.
À "tristeza" que é inevitável nas despedidas sobrepõe-se a "satisfação" de gestos como este de ontem - "O meu sincero obrigado", insistiu -, assim como a de sair "com a consciência tranquila": "Sempre procurei dar o meu melhor". Os adeptos, bracarenses e não só, são testemunhas desse empenho, que o fez passar pelo Mundial com um golo sofrido, depois de uma época de sonho. Na despedida, Eduardo já pôde ser mais um adepto, entre os 200. Comentou o sorteio da pré-eliminatória da Liga dos Campeões desejando que o Braga "consiga passar" o Celtic; "muito triste pelo que aconteceu ao Quim", deixou ao potencial sucessor na baliza do Braga "uma palavra de conforto e apoio", sem se meter na discussão do lugar: "A mim, só me interessa que a baliza do Braga fique bem entregue".
Rumo a Itália, acenou com um sorriso às notícias que apontam ao mesmo destino o sportinguista Miguel Veloso e o benfiquista Rúben Amorim. "Seriam bem-vindos".

in OJOGO

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